S A U D O S I S M O
É triste ouvir, mas é verdade : GUIDOVAL JÁ TEVE.
CONGADAS, comandada pelo velho Henrique Medeiros, depois liderada pelo filho Benedito Medeiros e a sua família. O Luizinho Preto, irmão do Pinduca, tentou levar em frente, não conseguiu.
FESTA JUNINA de São Pedro, comandado pelo Sô Belé, na Rua Padre Baião (Rua do Campo) e a de Santo Antônio, na praça de mesmo nome, no LARGO; marcada pelo Quadrilheiro-Mor Antônio Martins de Queiroz e depois, mais tarde; por Trajano Viana, com casamento do Jeca, desfile dos noivos (Renato Ramos e Kerma Cunha Benini) pela cidade, fogueira, mastro, batata-doce, simpatias diversas, até para casar, travessia descalço sobre a fogueira em brasa.
E falando no Renato Ramos (enfermeiro, vereador, pé-de-valsa), foi por um certo tempo o maior colecionador de pingas do Brasil, com direito a reportagem na poderosa Rede Globo. Chegou a ter mais de 685 marcas diferentes, trazidas de várias partes do país por amigos. Eram tantas que ele nem sabia mais identificar qual era a mais antiga. Apesar de sempre ter gostado de uma pinguinha, Renato, no período de 27 de outubro a 29 de novembro, não tomava nenhum tipo de bebida alcoólica.
Ele dizia que era para o seu velório. Sabiamente desfez-se do HOBBY (antes de nos abandonar - para virar estrêla) distribuindo-as e presenteando aos amigos e apreciadores da marvada, conhecida também como :
" abre, abrideira, aca, aço, a-do-ó, água-benta, água-bruta, água-de-briga, água-de-cana, água-que-gato-não-bebe, água-que-passarinho-não-bebe, aguardente, aguardente de cana, aguarrás, águas-de-setembro, alpista, aninha, arrebenta-peito, assovio-de-cobra, azougue, azuladinha, azulzinha, bagaceira, baronesa, bicha, bico, birita, boas, borgulhante, boresca, branca, branquinha, brasa, brasileira, caiana, calibrina, cambraia, cana, cândida, canguara, canha, caninha, canjebrina, canjica, capote-de-pobre, catuta, caxaramba, caxiri, caxirim, cobreira, corta-bainha, cotréia, cumbe, cumulaia, danada, delas-frias, dengosa, desmancha-samba, dindinha, dona-branca, ela, elixir, engasga-gato, espírito, esquenta-por-dentro, filha-de-senhor-de-engenho, fruta, gás, girgolina, goró, gororoba, gramática, guampa, homeopatia, imaculada, já-começa, januária, jeribita ou jurubita, jinjibirra, junça, jura, legume, limpa, lindinha, lisa, maçangana, malunga, malvada, mamãe-de-aluana ou mamãe-de-aruana, mamãe-de-luana, mamãe-de-luanda, mamãe-sacode, mandureba ou mundureba, marafo, maria-branca, mata-bicho, meu-consolo, minduba, miscorete, moça-branca, monjopina, montuava, morrão, morretiana, óleo, orontanje, otim, panete, parati, patrícia, perigosa, pevide, pilóia, pinga, piribita, porongo, prego, pura, purinha, quebra-goela, quebra-munheca, rama, remédio, restilo, retrós, roxo-forte, samba, sete-virtudes, sinhaninha, sinhazinha, sipia, siúba, sumo-da-cana, suor-de-alambique, supupara, tafiá, teimosa, terebintina, tira-teima, tiúba, tome-juízo, três-martelos, não-sei-quê, uca, veneno, xinapre, zuninga ".
Nomes escalafobéticos não faltam para nomear a CACHAÇA.
BAR do Oscar Occhi, com o melhor BIFE ACEBOLADO de toda a região, onde ainda podia-se ouvir, às noites o violão do Sô Nilo, o violino do Sr. Odilon Reis e a voz do Bijica. Ou então participar de longas conversas filosóficas comandadas pelo Zim do Sô Nego e do Zé Geraldo, regadas por cerveja gelada.
O KAI-TERRA, na Rua do Fundão, com HI-FI. Cuba-Libre, música da Bossa Nova, Beatles, ponto de encontro da juventude da década de 60.
DANÇA no Panela de Pressão, na Rua do Campo,
BATE PAPO com o Kôde na Ponte, o Wilton Franco, em qualquer lugar, o Padinha Occhi, até em botequins.
O Ateneu Sapeense, (Teatro Lírico-Dramático-Literário) que abrigou até trupe de artistas portugueses em turnê pelo Brasil.
O Renato Moreira da Silva (Renatinho - DELEGADO), tenta manter a tradição com Centro de Cultura Guidovalense, mas sem nenhum apoio oficial e muito pouco, quase nada, da sociedade.
LEILÕES (São Sebastião), apregoados por Sr. Orestes Occhi.
Leilões guardados nas lembranças
do poeta Marcus Cremonese :" foi num leilão pra igreja, no morro do cabrito - bem depois
do Sotão e do Hugo - no qual foi leiloada, entre outras coisas, uma rolha.
Que atingiu preço exorbitante porque quem dava o lance dizia que era pra
arrolhar fulano, até que alguém disse que pagava tantos mirréis pela rolha
pra arrolhar a mãe do outro concorrente... aí deu merda. Mas tudo na paz
porque era leilão pra igreja."
Queima do Judas, no Domingo de Aleluia, com sequestro temporário de bens caseiros e o devido Testamento deixado por JUDAS, mas escrito pelo Ibsen Francisco de Sales (SALIM) ou Dr. Gerson Occhi
Festas Cívicas memoráveis, promovidas pelo Grupo Escolar Mariana de Paiva ou Grupo Escolar Cel. Joaquim Martins, com a presença de toda a comunidade.
PEIXE, em abundância no Rio Chopotó.
Com o fechamento da Usina de Rio Branco estão voltando.
Além dos diversos conterrâneos já citados, para entranhar e compreender a história de Guidoval, é preciso lembrar de :
A muitos cidadãos, o povo já os consagrou, batizando as nossas ruas, com os seus nomes, mas oficialmente faltam muitos a serem homenageados.
Nomes Populares das Ruas Guidovalenses
POPULAR |
OFICIAL |
São Vicente de Paula |
|
Corta-Rabo |
Santa Cruz |
do Alto |
Antero Furtado Mendonça |
do Campo |
Padre Baião |
do Cemitério |
Saudade |
do Sapo |
Henrique Perna de Ferro |
do Zé Bento |
Tiradentes |
dos Tocos |
João Januzzi |
Esquina |
7 de Setembro |
Fundão |
7 de Setembro |
Igreja |
Pça Santana |
Largo |
Pça Sto Antônio |
Morro da D. Melinha |
Astolfo Mendes de Carvalho |
Morro da Maria Benzedeira |
Cesário Alvim / 5 de Julho |
Morro da Maria Sabiá |
13 de Maio |
Morro da Sá Lódia |
Vereador Mário Reis |
Morro do Rafael Cusati |
Cap Antônio Ribeiro |
Morro do Sô Astolfo (Cattete) |
Padre Vicente |
Morro do Sô Astolfo (Mendes) |
D. Amelinha |
Morro do Tatal |
São Sebastião |
Morro do Trajano |
7 de Setembro |
Niterói |
Pça Getúlio Vargas |
Pracinha |
Pça Major Albino |
Sacramento |
Belarmino Campos |
Vai-e-Volta |
Governador Valadares |
Para homenagear e representar a todos, escolhi um cidadão humilde.
Na fotografia abaixo, o Zé Braga, distribuindo balas às crianças da Rua do Sapé. Apesar de manco, um dançarino contumaz, nos "bailes da vida" e de depois...